segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

O filho

Estava sentado na praia com os olhos postos na linha do horizonte, desejando estar sentado nela mirando a linha seguinte. E assim continuamente, até estar de novo sentado na praia onde se encontrava. Em todas as linhas, nada de novo. Olhava o sol, olhava o céu, olhava o mar e a terra...eram sempre os mesmos, sempre iguais. Diziam-lhe que na sua beleza residia o poder de Deus. E até acreditava nisso. Mas era um acreditar pobrezinho. Com falta daquela força que tranforma o acreditar em verdade. Foi então que, num desses dias naquela praia rodeada pelas manifestações mais evidentes do Criador de tudo, reencontrou o seu filho. O Filho que visitava amiúde apenas numa sala secreta da memória. Agora Ele estava ali. Podia tocar-Lhe, senti-Lo rir, chorar, respirar...e tudo o mais se diluiu na infinitude do Universo...Aquele que se lhe apresentava agora pela frente não era uma manifestação de Deus. Era Deus. Ao perceber isto — que era pai de Deus —, toda a sua vida se tranfigurou. Esta era uma grande responsabilidade. Que ideia de grandeza!

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