
Já não sei quem disse, mas o importante é o que disse: qualquer coisa assim: "não acredito em Deus, mas acredito nas pessoas que acreditam". As pessoas! Ainda que Deus não existisse, mero devaneio filosófico (é óbvio que existe!), acreditaria sempre no Homem. Na sua infinita capacidade de se regenerar e, muitas vezes, superar. No seu, que disparate!, sobre-humano dom de sonhar.
Acontece que este Homem, que é o centro de todas as considerações que, envergonhadamente, ouso tecer, é tão mais sublime quanto menos deus tenta parecer.
Se, na acepção que tenho de um Criador, este existe apesar de nós? Sim. Ele existe, existamos nós ou não. Não precisa de ser adorado...Ele é! Quando assistimos à nossa própria dor, chamamos-Lhe cruel. Esquecemos que a nossa dor é uma ínfima manifestação de egoísmo na imensidão do Universo. Que ideia de grandeza temos, quando nos revoltamos, afirmando que Ele se esqueceu de nós! Quem somos nós?
O Deus em que creio não é o Deus dos Homens. É um Deus total! Com ou sem homens...
Enquanto isso, vou acreditando nesses homens que riem e choram, que amam e matam. Também nas suas acções, sim, está uma partícula desse Deus. Quando matam, amam, choram e riem...